Go Se Yon e Cha Min (primeiro beijo)
Depois
de um longo dia planejando uma cilada para pegar o responsável por sua morte, Go Se Yon se sentia cansada. Apesar de ter sido assassinada,
revivido, sofrido tentativa de assassinato novamente, podia dizer que se sentia
feliz. Ao menos, em meio a toda a bagunça sabia que tinha alguém com quem podia
contar. E ele estava ali, bem na sua frente parado na porta do quarto com uma
linda cara amarrada.
— Cha Min, você não precisa ficar chateado com
ela por causa do que aconteceu comigo. Ele apenas a encarou. Sem dizer se quer
uma palavra.
—
Siga apenas seu coração. Ela pode ser uma ingrata comigo, mas não com você.
Tenho certeza de que você tem sentimentos por ela. Embora fosse sincera no que
havia dito, parte dela queria acreditar que no coração de Cha Min ainda haveria
um espaço que pertenceria somente a ela. Mesmo que fosse somente a sua amizade
leal. O que já não era pouca coisa.
—
Depois de todas as coisas que passamos juntos, comecei a me questionar se
realmente a amei. Se todos aqueles sentimentos que tive por ela uma vez foram realmente
amor. Dei-me conta que não. Embora suas
palavras soassem tristes para outra pessoa, para ela soava como uma raio de
esperança.
—
Você nunca namorou ninguém antes dela. Olha só como você está falando, como se
realmente soubesse o que é o amor.
—
Ei, esta solteiro não significa que eu não sei como é estar apaixonado. Mesmo que
tenha sido unilateral. Embora não gostasse de recordar, Go Se Yon sabia exatamente
o que aquelas palavras significavam. — Por isso sei o que é estar apaixonado.
Está feliz agora?
—
Então isso quer dizer que posso te tratar como antes? Ao notar que Cha Min não compreendeu
o que ela dissera, acrescentou. — Quero dizer, a forma como eu te tratava antes
de você conhecer Hee Jin.
—
Você me tratava de forma diferente?
—
Claro que sim.
—
Tá bom. Faça o que quiser. Desde quando você me pediu permissão, hã?
—
Então não vá. O olhar que ela viu em seu rosto demonstrava surpresa. — Não vá. Fique aqui ao meu lado até
que eu durma.
Com
a atitude tranquila de sempre, ele atravessou o quarto e sentou-se ao lado da sua cabeceira. —Devo repetir
fórmulas matemáticas?
—
Não. Preciso dormir agora. Tenho que levantar cedo amanhã. Enquanto isso,
buscava uma maneira de deitar–se confortavelmente. Como se algo estivesse lhe inquietando,
levantou rapidamente. — Sabe, tem uma
coisa que não sai da minha mente. O dia em que me assassinaram planejaram tudo
meticulosamente. Conheciam inclusive a rota das câmeras de segurança que se
apagaram para que fosse feita manutenção, depois disso estiveram na cena do
crime sem nenhuma preparação. Isso não faz sentido. Como alguém pode ser tão
descuidado?
Aparentemente,
esses fatos pareciam não causar os mesmos efeitos em Cha Min, de modo que de
forma tranquila, ele encostou a mão na testa de Go Se Yon e sentenciou. — Vá
dormir.
—
Tá bom, vou dormir.
—
Só vou ficar aqui sentado lendo isto. Então trate de ir dormir. Enquanto
falava, tinha em sua mãos o que parecia ser um panfleto informativo, o qual
folheava calmamente.
—
Tá. Ok. Disse ela, puxando os cobertores a altura dos olhos.
Embora
a luz do abajur estivesse acesa, o quarto não estava de todo claro. Criando uma
atmosfera aconchegante e relaxante. O que
estranhamente fazia com que Go Se
Yon se sentisse em casa, mesmo que aquela não fosse a sua. Somado a este sentimento, tinha diante de si o
perfil familiar e ao mesmo tempo diferente de seu amigo de longa data. Desde que ele tinha revivido, via-o a partir de uma nova perspectiva, e ela nunca
parecera tão incrivelmente bela como naquele momento. Go Se Yon de repente se via fisgada de uma forma
intrigante por aquele par de olhos negros que a fitava. Via ali um mundo de possibilidades, e queria
experimenta-las de alguma forma.
—
Podemos nos beijar.
—
Hã? Arrebatado pelo efeito que o momento causara, Cha Min replicou de forma agitada
e embaraçada. — Não. Nã-o era isso que eu estava pensando. Não sou esse tipo de
pessoa.
—
Foi uma sugestão. Respondeu Go Se Yon por trás dos cobertores, da qual podia
ver-se apenas os olhos.
—
Hã? Ainda perplexo, a pergunta de Cha Min
soara mais como um resmungo.
—
Posso te dar um beijo?
Mas
nervoso que qualquer outra coisa, Cha Min Levantou–se da cama. — Hei! Do que
você está falando? A esta altura era tamanho o nervosismo que levara–o a sentar-se
novamente na cama e folhear o panfleto, que
fazia com que suas palavras saíssem frenéticas. Desde quando você pediu a minha
opinião antes?
Ele
mal terminara de falar quando Go Se Yon o puxou de repente e beijou-o.
—
Bo- bo boa noite. Retrocedendo ao beijo
Go Se Yon levou o cobertor ao
rosto, cobrindo-se de forma embaraçada.
Mas
naquele momento não havia como fugir. Cha Min aproximado-se novamente,
descobriu seu rosto e a olhou fixamente. O embaraço anterior foi substituído por
uma leve tensão no olhar de dois corações pulsando forte. O longo caminho que
os levara até ali, até aquele momento que nunca tinham planejado chegar. Era um beijo suave ao qual ambos se
entregavam, como uma dança lindamente sincronizada onde música e dançarino seguem
sem se desvencilhar, perfeito como a flor de cerejeira que surge na primavera e
de forma cálida aquece os corações com tamanha propriedade e beleza, tornando impossível
a alma humana não desejar que ela
permaneça ali florescendo para sempre.
Depois de ver a bela cena do beijo não resisti a ideia de sentir como seria escrever esta cena, e aí está.
Feliz por Moon Soo-yeon ter escrito este capitulo lindamente.
Dorama
Abyss- Cap 8