Crônicas de amor e ódio- vol. 1 | Mary E. Pearson

By Tesouros Peculiares - novembro 17, 2016


Olá gente! Tudo bem com vocês?
   Bem, aqui estamos nós mais uma vez. E a resenha de hoje é sobre um livro sensacional. Pra falar a verdade, eu tenho tido a sorte de descobrir livros espetaculares ultimamente. Se pudesse eu compartilharia todas as minhas descobertas de uma só vez. Mas vamos por partes. Não é?
O que tenho à contar para vocês  hoje é como foi a minha experiência com a leitura do livro The Kiss of Deception, da prestigiada escritora americana  Mary E. Pearson. Este, é o primeiro livro da trilogia chamada Crônicas dos remanescentes ou Crônicas de amor e ódio.
Primeiramente.. A história faz parte de um período medieval, (estou gostando cada vez mais destes tipos de livros) que é marcado por amor, traição, guerras. Mas também esperança.
A princesa Arabella Celestine Idris Jezelia, Primeira Filha da Casa de Morrighan, Ou simplesmente Lia, que é como ela gostava 
de ser chamada. Era uma jovem princesa do reino de Morrihgan, e com apenas 17 anos ela tinha sobre seus ombros a responsabilidade de um elance matrimonial com o príncipe do Reino de Dalbreck. Com intuito de fazer uma aliança entre os reinos. No entanto a princesa Lia foge no dia do casamento, se esquivando do seu dever, e está determinada a casar por amor e não para garantir uma aliança política. A partir de então a história fica cada vez mais emocionante. Perseguida por cassadores de recompensa, ela encontra refúgio em uma vila distante da capital do reino e começa uma nova vida esperançosa. Porém dois estranhos chegam. Ela não sabe que um é o príncipe que ela abandonou no dia do casamento. E o outro é um assassino que foi enviado para matá-la. Mesmo em meio a tantas decepções  o amor encontra espaço em seu coração e  ela se apaixona. Diante de tantas reviravoltas muitos segredos começam a ser revelado.
    Diferentemente do que normalmente lemos em romances entre príncipe e princesa, ela está longe de ser tradicional. O que me deixou mais encantada foi a maneira como Mary descreveu Lia. Uma jovem forte, corajosa e ousada. Atributos escasso na maioria dos romances que envolve princesas. A forma como ela monta os ambientes, as tradições, os deuses. É  o que torna a história única e intrigante. 
    Outro ponto que também achei muito marcante é o modo como ela permite @ leitor/a a torcer por todos os personagens. Mesmo  que eles tenham cometido erros estúpidos. Acredito que isso me encante por ser um traço do que é real. Todos nós estamos sujeitos ao erro, mas isso não significa um empecilho para a tentativa de nos tornarmos melhores.
    Para mim é impossível dizer o que foi mais marcante na narrativa. Mas o que posso sugerir é que  a maneira como os personagens vão crescendo na trama é algo que somente excelentes escritores conseguem fazer.
 E como já é de costume. Que tal um trechinho para matar a curiosidade?
“Prossigam com o que estavam fazendo”, falei para o restante do salão, e
virei-me rapidamente para evitar ter que trocar mais uma palavra que fosse
com ele. Com apenas algumas passadas, eu me encontrava tropeçando na
mesa dos recém-chegados. Fui pega de surpresa pelos olhares fixos deles, e
minha respiração ficou presa em meu peito. A intensidade que eu avistara de
longe era mais aparente assim tão de perto. Por um instante, fiquei paralisada.
Os olhos azuis do pescador cortavam-me, e os tempestuosos olhos castanhos do
mercador eram mais do que perturbadores. Eu não sabia ao certo se eles
estavam com raiva ou alarmados. Tentei driblar minha entrada desajeitada e
ganhar vantagem.
“Vocês são novos aqui. Sejam bem-vindos. Devo avisá-los de que as coisas
não são sempre tão animadas assim aqui na estalagem, mas não haverá
nenhuma cobrança extra pela diversão de hoje. Eu espero que cidras escuras
sejam do agrado de vocês. Imaginei que elas seriam adequadas.” Coloquei as
cidras sobre a mesa. Os dois homens ficaram fitando-me sem falar nada.
“Posso garantir a ambos que nunca dei com uma caneca na cabeça de
ninguém. Ainda.”
O mercador apertou os olhos. “Isso é reconfortante.” Ele apanhou a caneca
e levou-a aos lábios, sem tirar seus olhos escuros dos meus em momento algum
enquanto sorvia a bebida. Rios de calor espalharam-se pelo meu peito. Ele
colocou a caneca sobre a mesa e, por fim, abriu um sorriso muito agradável de
satisfação, que me deu um alívio muito necessário. “A cidra está boa”, disse ele.
“Estou detectando um sotaque islandês? Você está viajando de muito longe?"
A mão dele acertou a caneca e derramou cidra pela lateral. “Não”,
respondeu ele com firmeza.
Não o quê? Não, não era um sotaque, ou não, ele não havia viajado de
muito longe? O rapaz parecia agitado pela pergunta, então não mencionei
mais o assunto.
Voltei-me para o pescador, que ainda não havia falado nada. Ele tinha o
que eu imaginava que poderia ser uma face agradável se apenas conseguisse
abrir um sorriso de verdade, e não aquele largo sorriso presunçoso no rosto. Ele
estava me esquadrinhando. Fiquei com os pelos arrepiados. Se desaprovava a
forma como tratei o soldado, ele poderia cair fora agora. Eu não me humilharia
mais. Era a vez dele de falar, pelo menos me agradecer pela cidra.
Ele se inclinou devagar para a frente. “Como você sabia?”
A voz dele me atingiu como um tapa forte nas costas, forçando o ar a sair
dos meus pulmões. Encarei-o, tentando me orientar. O som reverberava nos
meus ouvidos. Aquela voz me era perturbadoramente familiar, e ao mesmo
tempo era também nova. Eu sabia que nunca a tinha ouvido antes. Mas tinha.
“Sabia...?”, falei, sem fôlego.

                                                                                                     The kiss of Deception (p.72-73)


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